Para tentar atrair evangélicos, Lula repete “milagre” e “Deus” em suas falas.

Em um esforço descomunal para tentar melhorar sua imagem entre os evangélicos, o petista Luiz Inácio Lula da Silva tenta usar palavras do vocabulário religioso. Durante um discurso de 25 minutos em Arcoverde, Pernambuco, Lula mencionou as palavras “Deus” e “milagre” 27 vezes, uma média de mais de uma vez por minuto.

Lula destacou dois “milagres” durante seu discurso, referindo-se à transposição do Rio São Francisco como uma obra de Deus e destacando sua própria jornada desde a infância na seca até sua ascensão política. Ele atribuiu o sucesso da transposição, que foi concluída pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, à fé e crença do povo, sugerindo que sua eleição como presidente foi resultado dessa mesma fé.

'Eu queria perguntar se vocês acreditam em milagre? Então, eu vou contar dois milagres para vocês que estão acontecendo aqui agora. O primeiro milagre só pode ter acontecido por ser um milagre por essa obra de Deus”, disse.

Essa mudança de discurso de Lula foi observada pela imprensa, que notou uma tendência anterior do presidente de mencionar a palavra “Deus” com menos frequência e muitas vezes de forma mais figurativa em seus discursos anteriores neste ano. Agora, Lula parece adotar uma abordagem mais direta, enfatizando a importância da fé e da espiritualidade em seu discurso público.

'É um milagre que aconteceu com um cara que viveu a seca. Com sete anos de idade eu saí da Caetés para São Paulo com a mãe e oito filhos num pau de arara para não morrer de fome e não morrer de sede. E esse nordestino, que saiu daqui para não morrer de sede, volta 150 anos depois e faz a transposição do São Francisco para trazer água para o povo brasileiro”, insistiu.

Essa mudança ocorre em um momento em que a popularidade de Lula está em um ponto crítico, com sua aprovação e rejeição se aproximando. Uma pesquisa Datafolha recente mostrou que 35% do público considera a gestão de Lula como ótima ou boa, enquanto 33% a consideram ruim ou péssima, e 30% como regular. Entre os evangélicos, a taxa de reprovação aumentou de 38% em dezembro do ano passado para 43% em março deste ano.


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